Monday, September 12, 2005

simples orgulho

Me inspira vencer. Acho muito bom. Sinto o prazer do orgulho da vitória honesta.

Que loucura esse domingo. Que belo revezamento a gente fez no IPA. Foi incrível enfrentar os inimigos na piscina com tamanha força, vontade, coragem e eficiência. Enfrentamos dificuldades que foram muito bem contornadas e se transformaram em vitória antes mesmo de pularmos na água. A primeira foi em relação ao nosso balizamento que nos colocava numa série fraca e ainda por cima na péssima raia 1. Aí entrou a boa-vontade e capacidade do Pedrão: pedi a ele uma revisão do balizamento e com esforço na medida ele conseguiu exatamente o que queríamos. Fomos deslocados para a lendária raia 4. No centro da piscina criamos o cenário pra o que foi a maior vitória da competição. Pouco antes da largada ser dada tivemos um momento de tensão eletrizante. Ao ouvir o primeiro apito da sequência de largada, pulei na piscina para me colocar na posicão de partida do nado de costas, que abre o revezamento 4x50 medley. Ao cair na água percebi que nenhum outro competidor pulou. Emergi apontando o meu ouvido com o dedo e olhando a torcida e árbitro, já com a sensação de que algo tinha acontecido de errado, algum tipo de confusão por causa do barulho que estava na prova. De fato, a torcida fazia muito barulho e tinha apitado. Ok a torcida fazer barulho, mas não pode usar apito igual ao da arbitragem. O meu nível de concentração estava orientado a filtrar todos os outros sons a não ser o do apito, ao que reagi imediatamente. Sai da água rapidamente gesticulando e falando que a torcida deveria ficar em silêncio, que o juiz deveria considerar isso e solicitar silêncio na largada. O pedido foi aceito e me coloque novamente a borda da piscina aguardando a nova largada. Surpreendentemente uma menina da arbitragem veio dizer que não poderíamos nadar a prova, que estávamos desclassificados. Acenei que não com a cabeça, caminhei até o arbitro geral e argumentei com a verdade. Ele entendeu e nos permitiu nadar. Voltei para a minha posição confiante. Percebi que todas as pessoas observavam a minha movimentação e que parte delas começou a vaiar enquanto outra parte começou a vibrar. Soube que um adversário gesticulava para a torcida pedindo reprovação, desqualificação (poor bastard). O que se seguiu foi uma luta entre torcidas, muita vibração, gritos, vaias e atencão total a prova. Olhei para os meus companheiros com a felicidade de quem sabe que pode vencer, busquei apoio de cada um dos três, que me devolveram força, companheirismo e a mesma vontade. Na água a largada foi rápida, ondulei os 15 primeiros metros submersos, vierei e ondulei mais 12 metros e encaixei a braçada aparentemente lenta como se fosse uma afronta aos advesrários que observavam pouca movimentacão de braço externamente e muito rendimento na água. Abri meio corpo do melhor adversário. Continuamos fortes com o Katsumata no peito, mas ele foi ultrapassado por dois clubes, apesar de ter nadado com muita raça, bonito mesmo. O Eduardo largou um corpo atrás do segundo colocado e entregou a meio corpo. Fora d'água gritávamos com força pela vitória que estava nas nossas mãos. Gritamos, urramos, gesticulamos, foi mágico ver o Dedi se aproximando e levando novamente a nossa equipe a primeira colocação. Vencemos com glória, com assovios, gritos, palmas e abraços.

Foi magnífico. Me deu vontade de voltar a ter seriedade na natação, de explorar minhas capacidades adormecidas, me colocar de novo como um nadador compenetrado.

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