Friday, June 27, 2008

idéia pra mais um reality show

chama-se: DURANTE O FIM DO MUNDO

começa com 10 famílias compostas de 5 pessoas. As famílias devem ter diferentes padrões de consumo. Então teremos famílias ricas e pobres, ao extremo. E também famílias de diferentes estilos de crasse média. Cada uma delas vai viver por um ano em uma casa (todas iguais) e vão poder continuar com suas vidas do lado de fora (trabalho, escola, compras) mas terão que se alimentar todos os dias em casa e não poderão colocar o lixo pra fora de casa.

Cada casa vai ter um jardim.
Cada casa vai ter direito a orçamento igual ao que tinham antes de entrar na casa (mediante comprovação de um ano de ganhos)
Cada casa vai ter que lidar com os dejetos que produzirem, pois nenhum lixo poderá sair da casa.

Espera-se ver muito lixo. E uma busca por formas de equilibrar o consumo com a sua capacidade de dar fim ao lixo. Observar quais são os perfis que estão mais preparados para ter uma vida equilibrada.

Espera-se que os que tem consumo exagerado sejam os azarões. Que os que tem consumo mínimo tenham vantagem no longo prazo. E que dentre os grupos de consumo médio, a inteligência sustentável seja usada pra que encontrem formas de viver bem sem serem prejudicados pelo lixo que geram.

Quem colocar lixo pra fora de casa é desclassificado. Quem continuar até o fim e conseguir manter o sorriso honesto, ganha.

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Friday, June 13, 2008

Ensaio Sobre a Cegueira

Fato: Nove da manhã eu ajudei um cego a atravessar a rua e encontrar o Z Café, na Padre Chagas.

Antes disso eu vi ele batendo o nariz em um galho que invadia a calçada na diagonal, numa posição que sacaneou o poder de orientação da bengala.

Achei chocante.

Diferente de outros cegos que eu já tinha visto caminhando pela cidade, esse andava hesitante, com desconforto de quem não está acostumado com a falta de visão.

Fiquei imaginando as vezes que eu brinquei de cego e caminhei alguns passos de olhos fechados pra ver se eu seguia a reta. Lembrei da sensacão de perceber que se eu não abrisse os olhos nos próximos 5 passos haveria o risco muito grande de eu cair, bater, machucar. Lembrei que fotografar o ambiente com piscada inversa era o suficiente pra reorientar a caminhada cega por mais alguns poucos passos...

E voltei a pensar no cego batendo o nariz no galho e fazendo cara de quem estava decepcionado consigo mesmo... aquela expressão de tristeza... do tipo inconsolável, talvez acompanhada de impotência e resignação.... A cena me pegou de jeito.

Mas depois tentei pensar que esse tipo de problema humano não existe, que havia acontecido só porque o cara acordou num dia ruim, que o dia seguinte seria ótimo, que a sociedade tá certamente preparada pra dar todo o apoio pra esse e outros tipos de deficiência... mas esse pensamento não colou.

Foi bem melhor achar que aquilo era uma ação promocional do filme Ensaio Sobre a Cegueira, que em breve vai estar passando ali perto, no GNC Moinhos.

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