Wednesday, November 16, 2005

qse nda pra dzr

Há vários dias não tenho nada a dizer. Penso em tudo ainda, do mesmo jeito, mas tenho dito tudo o que sinto, conversado sobre minhas dúvidas, esclarecidos os mal-entendidos. Se eu tenho a tendência a tê-los isso é outra história. Sim continuo persecutório e ansioso. Mas feliz e centrado. Estou apaixonado de um jeito que é possível estar. Morro de amores, mas não morreria de amor. Perfeito sentir a paixão no corpo, suas influências fisiológicas, pequenas dores que nos atingem em horas inesperadas.

A raposa é cativante e me deixa envolvido pra sempre.

Thursday, October 20, 2005

deep search

Água limpa e profunda
perfeito para um banho.
Sunga, óculos e pés-de-pato.
Pulmão.
Pedras no fundo
Fendas, algas.
Visão longa, distante.
Um peixe passou.
Uma corrente levou pro lado.
Uma rocha grande,
uma fenda grande.
Aproximação.
Outro peixe.
Perseguição.
Pernas.
Pulmão.
23 metros para subir.
Ahhhh... belo dia!

Monday, October 17, 2005

muito calado

Disse pra ela que não quero que ela me leia
Disse pra mim mesmo que não preciso disso
Mas prefiro.

Eu ouvia na infância:
calar é ouro, falar é prata.

Aprendi demais.

vazando agua

você ja viu um filme de submarino
ja viu naufrágios
já andou de canoa
já sentou numa banheira e fez represa
sabe que quando vaza água
é que afunda

Você vê a gota surgindo
e depois outra e outra
até virar uma maré inteira

nessas horas os caras correm pra abandonar o navio
correm pra dizer que se amam
que aquela desconhecida que está alí é o seu grande amor
acreditam no que querem pra partir em paz

eu não

eu acredito na verdade
no romantismo dela

e no mistério honesto

encontrarei outro navio pra ter a mesma pessoa.
você mesmo que não entende isso.

esse blog vazou

pra que?

Por que rezamos?
Que muda?
Onde vai nossa cabeça?
Mexe nas células?

Acreditar é preciso
Sonhar é idiota
Mas que lorota

reza

Ando pensando na minha vida com mais responsabilidade. Questões estão entrando na minha cabeça. Sonhos estão sendo substituidos. Condutas estão sendo forçadas a mudar. Estou procurando forças pra essas mudanças. Espero continuar encontrando. Espero que minhas escolhas pessoais estejam sendo as corretas. Que elas me dêem força, se associem ao meu pensamento e caminhem junto.

Wednesday, September 21, 2005

Sudario

o bufalo

Bufalos são legais
Mais interessantes do que outros bixos
da mesma categoria
Temperamentais
tem vontade própria
fazem o que querem
obedecem ao que concordam
avaliam
decidem

estranho
aparentam seres menores
mais antigos
inferiores
pré-históricos
blergs

mas são fortes da cabeça
eu mesmo não consegui tocá-los
não venci um terneiro fraco
mal alimentado
fugiu de um cavalo forte
e dum cavaleiro esperto
não aceitou a direção
não quis
não foi

bixos fortes que encontrei débeis
vi o olho fundo
de animal que não tem mais pressão
que o coração bate as mínguas
que não suporta mais o peso dos cornos
que dobra os joelhos no barro
que defeca no próprio leito
tristes na visão humana
velhos sem dentes
numa pré-morte digna

observamos
respeitamos
em silêncio distanciamos-nos

o bixo morre a noite

Thursday, September 15, 2005

Tudo tende a acabar
até o pensamento que afirma isso.

Monday, September 12, 2005

simples orgulho

Me inspira vencer. Acho muito bom. Sinto o prazer do orgulho da vitória honesta.

Que loucura esse domingo. Que belo revezamento a gente fez no IPA. Foi incrível enfrentar os inimigos na piscina com tamanha força, vontade, coragem e eficiência. Enfrentamos dificuldades que foram muito bem contornadas e se transformaram em vitória antes mesmo de pularmos na água. A primeira foi em relação ao nosso balizamento que nos colocava numa série fraca e ainda por cima na péssima raia 1. Aí entrou a boa-vontade e capacidade do Pedrão: pedi a ele uma revisão do balizamento e com esforço na medida ele conseguiu exatamente o que queríamos. Fomos deslocados para a lendária raia 4. No centro da piscina criamos o cenário pra o que foi a maior vitória da competição. Pouco antes da largada ser dada tivemos um momento de tensão eletrizante. Ao ouvir o primeiro apito da sequência de largada, pulei na piscina para me colocar na posicão de partida do nado de costas, que abre o revezamento 4x50 medley. Ao cair na água percebi que nenhum outro competidor pulou. Emergi apontando o meu ouvido com o dedo e olhando a torcida e árbitro, já com a sensação de que algo tinha acontecido de errado, algum tipo de confusão por causa do barulho que estava na prova. De fato, a torcida fazia muito barulho e tinha apitado. Ok a torcida fazer barulho, mas não pode usar apito igual ao da arbitragem. O meu nível de concentração estava orientado a filtrar todos os outros sons a não ser o do apito, ao que reagi imediatamente. Sai da água rapidamente gesticulando e falando que a torcida deveria ficar em silêncio, que o juiz deveria considerar isso e solicitar silêncio na largada. O pedido foi aceito e me coloque novamente a borda da piscina aguardando a nova largada. Surpreendentemente uma menina da arbitragem veio dizer que não poderíamos nadar a prova, que estávamos desclassificados. Acenei que não com a cabeça, caminhei até o arbitro geral e argumentei com a verdade. Ele entendeu e nos permitiu nadar. Voltei para a minha posição confiante. Percebi que todas as pessoas observavam a minha movimentação e que parte delas começou a vaiar enquanto outra parte começou a vibrar. Soube que um adversário gesticulava para a torcida pedindo reprovação, desqualificação (poor bastard). O que se seguiu foi uma luta entre torcidas, muita vibração, gritos, vaias e atencão total a prova. Olhei para os meus companheiros com a felicidade de quem sabe que pode vencer, busquei apoio de cada um dos três, que me devolveram força, companheirismo e a mesma vontade. Na água a largada foi rápida, ondulei os 15 primeiros metros submersos, vierei e ondulei mais 12 metros e encaixei a braçada aparentemente lenta como se fosse uma afronta aos advesrários que observavam pouca movimentacão de braço externamente e muito rendimento na água. Abri meio corpo do melhor adversário. Continuamos fortes com o Katsumata no peito, mas ele foi ultrapassado por dois clubes, apesar de ter nadado com muita raça, bonito mesmo. O Eduardo largou um corpo atrás do segundo colocado e entregou a meio corpo. Fora d'água gritávamos com força pela vitória que estava nas nossas mãos. Gritamos, urramos, gesticulamos, foi mágico ver o Dedi se aproximando e levando novamente a nossa equipe a primeira colocação. Vencemos com glória, com assovios, gritos, palmas e abraços.

Foi magnífico. Me deu vontade de voltar a ter seriedade na natação, de explorar minhas capacidades adormecidas, me colocar de novo como um nadador compenetrado.

Sunday, September 11, 2005

quantidade

Consegui tudo o que eu queria. e no instante posterior soube que não era o bastante. você me deu o beijo, o carinho, a atenção, o abraço quente do teu corpo. ganhei. E agora... e agora. e agora não sei o que querer. Cai no barco lógico de querer mais de ti. Mais afago, mais atenção, mais contato. Insaciável eu sou? Somos todos. Mas não vou pedir mais, não quero mais de fato. Apenas isso está bom. Está perfeito.

Monday, September 05, 2005

Smack!

A minha paixão quer beijar!

Beija-me na boca
No corpo
Com gosto e espanto
Sentirá meu manto
nos seios roseos
Um amor e tanto

Farei poesia
Trarei alegria
Brincarei de sofrer
Amarei inconstante
Beijarei instantes
Smack!

Ávida passa.

Sunday, September 04, 2005

desculpe

desculpe minha menina
desculpe a fantasia perdida
tu és a coisa mais linda
teu mundo é iluminado
uma beleza profunda
és o mais belo anjo
que passou na minha vida
sinto falta de você
sinto que você não será minha como um dia eu quiz
que dor suave e eterna sentirei por não ter você
essa dor que sinto te fará bem
não sou o homem que te fará feliz
serei o teu amigo eterno
amarei você a distância
do meu jeito de te ver criança
um profundo amor fraternal
nosso sonho se desfez
mas um mundo se abrirá pra nós
seremos mais felizes assim

esta acontecendo

incrível
sensível
simples
prazer

harmonia que vem da dúvida
inverso da certeza que distancia
um amor de pessoa
tranquilidade dentro de casa
alegria na rua
fantasia
segredos e mistérios

estou falando de amor
que encontrei em uma menina
uma doce paixão
uma adorável mania

sou eu que quero mais
quero dizer tudo o que sinto
quero aportar em cada recinto
sentir a vida

Friday, August 26, 2005

para a morte

te olho no olho
deus de mim
momento mínimo
quero teu instante
te peço com jeito
de quem não quer ter
pra ter sem pena
com intenção sinistra
pra lá de humana

ser ei estar ei

hoje farei uma festa
no meu apartamento burguês
com vodka e bebidas amargas
martinis e outras doçuras
um banquete de travessuras

apagarei o cigarro da boca
descansarei o copo na mesa
abrirei o ziper e só
andarei descalço
abrirei a porta, a janela, a caixa
procurarei você no vale, na sombra, na cortina
encontrarei no chuveiro
esticarei a toalha
deitarei em gotas
abrirei seu peito
partirei macio, audacioso
sentirei o teu vento no pescoço
morrerei de frio
andarei nas nuvens
espreitarei o vale
abocanharei teus seios
úmidos de mim
não resistirei e direi a palavra maior
no teu ouvido, em silêncio

a sua hora

cada hora é igual a outra
seu instante é igual ao da outra
não me canse
não me aborreça
me deixe só
quero o sereno só pra mim

Não diga nada
não fale da flor
para já
pare agora
não suporto essa insatisfação

cada instante é um agrado
que perco de meu próprio mundo
doado a você.
quero tudo de volta,
cada agasalho, abraço, tremor.

tão só que dá dó

Um dia nasci macabro
noutro acabei escravo
precisei dizer, contar, gritar
buscarei você que nem sei
te escrevo em dó

guarde você pra mim
enxerga
aquele sorriso é seu
mas ele foi feito pra mim
se quiseres sorrir, sorria
mas outro sorriso

não diga que foi ontem
não suporto o vazio de hoje
que diabos deu em você
menina vazia! de sentimento por mim

sobre a vontade de amar

Ainda não te amo, meu amor
Ainda não bateu aquela dor
Mas sei que é você
Quem vai trazer a alegria
Vai ser a eterna companhia
Desde agora até depois

Vem correr com nosso filho
Vem chorar cada gemido
Comer bergamota no sol

sobre o fim

Tem um pouco de você na minha história
Mas não vejo nisso grande glória
Mesmo que pareça ofensivo
Te engana

Não sinto dor nem alívio
É a simples verdade que não quis ver antes
Que agora põe você mais distante

Queria muito o teu amor
Mas ele não veio
Não veio
Acreditei, mas não veio.

sei nao (que fluxo e esse?)

Andar correr dormir
minha vida pra levar
sonhos bons que já se foram
se despedem da memória
e não se cansam de sorrir

Meus bons amigos sabem
da paixão que nunca tive
da razão que entrego a vida
da vontade de sentir
Sei não, sei não
Você não vai passar lá
Cê é moça bem vestida
Gente doutras simpatias
Não vai nem me ignorar
Sei não, sei não

Te daria um conselho
Escreveria no teu joelho
Nadaria no teu mar
Você fez a sua escolha
Distranciou da minha bolha
E nunca me verá chorar

Nadar, viver sorrir
tenho sonhos verdadeiros
penso e faço os meus conselhos
me acordo com memória
e não me canso de mentir

Cada tempo tem sua escolha
Meu momento foi aceito

A distância sou perfeito
Não prometo mais sorrir

Ando ao teu lado se quiser
Brinco a vida como par
Bebo, bebo, bebo o bar

Acordo as dores do meu peito
grita forte na minha fronte
Espera o momento e atravessa a ponte
Cafuné me faz dormir

Thursday, August 11, 2005

O advento da patente.

O mundo mudou muito desde a invenção da patente. Falo da patente que tem no banheiro, aquela que tem um dispositivo de apertar um botão e fazer sumir todo o escremento depositado ali. Recentes estudos mostram que o mundo moderno chegou ao pós-moderno graças a essa tecnologia que permitiu um desenvolvimento intelectual capaz de confrontar traumas humanos a ponto de fazer mudanças comportamentais na média da população. O mecanismo mental funciona assim: ao defecar o humano observava as fezes e imediatamente reconhece sua existência mundana sedimentada na natureza e pouco volátil de ser degenerador de nutrientes em matéria orgânica secundária. Diferentemente disso o ser humano que vive depois da invenção da patente perde seu parâmetro existencial na hora de apertar o botão da descarga. Ele aprecia o poder de fazer sumir a merda. Por um mecanism o silógico o homem contemporâneo acredita que quando ele faz uma grande merda ele pode fazer ela desaparecer. Vide José Dirceu.

?x?

Sunday, July 31, 2005

Viu Guerra dos Mundos?
Eu vi e sei que é uma peça de propaganda.
Spielberg está comprado, o que não é novidade.
Nesse caso ele foi contradado pra dizer que terrorista não é humano.
E disse. Levou duas horas pra dizer que o homem não foi feito pra morrer em vão.
Lembra da última frase do filme?
Exato.
Um terrorista que escolhe explodir o corpo fez a escolha de morrer em vão.
Ele não é humano.
Portanto pode ser executado, dizimado, dominado...

2005

O mundo vai acabar em breve. Aguente firme e faça o possível pra retardar o fim.