LOST IN ELECTIONS
Coincidência ou não, aluguei para assistir LOST um dia antes das eleições que pra mim foram as mais complicadas de votar. Me senti perdidão... sem candidato definido até a última hora. Pelos resultados, parece que eu não fui o único. Enfim.
A segunda temporada da série é vidrante. Ótima para assistir em DVD, pra não ter que esperar uma semana até saber o que vai acontecer no próximo episódio. Mal posso esperar para ver os episódios do 5 ao 8. Por sinal, vai sair uma grana assistir tudo em DVD alugado! A promoção lá no Beck Vídeo, para a primeira e segunda temporada completa, é R$155. Aceitarei a generosidade de algum feliz proprietário de uma cópia dos demais episódios.
Acho impressionante a capacidade da série criar e manter a curiosidade pelos próximos acontecimentos em níveis altíssimos todo tempo. Me lembra a explicação que Hitchcock dá a Francoise Truffot sobre ele ter desenvolvido seus filmes sempre fugindo do que se chama um roteiro "whodunit". Hitchcock criava suspense por mostrar o desenrolar dos fatos sutilmente relacionados a informacões que já eram de domínio do espectador, mas que não eram sabidas pelos personagens, diferentemente de apenas mostrar fatos que criam um suspense específico que ao ser revelado acaba com o interesse imediatamente. Um exemplo disso seria uma cena em que começa mostrando uma bomba-relógio, programada para explodir em 15 minutos que é colocada escondida em uma sacola e entregue a um menino inocente que é orientado por um adulto a entregar para um fulano em um restaurante, mas que por motivos cotidianos o menino perde o ônibus, se atrasa e caminha tranquilamente em direção ao seu destino sem saber que o tempo está acabando e que a bomba pode explodir em suas mãos. Dessa forma o roteiro fica carregado de sentimentos muito fortes pelo personagem e cada pequeno obstáculo, como trocar duas palavras com um amigo em frente a sorveteria, observar uma bicicleta na vitrine, enfim, torna-se motivo para grande ansiedade do espectador.
Parece que LOST conseguiu criar algo novo, tão interessante como a criação do Hitchcock. Muitos personagens, muitas histórias não reveladas entregues em doses exatas, descompromisso com a realidade, metáforas existenciais... não me arriscarei a tentar encontrar uma fórmula :)
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