Wednesday, January 24, 2007

BABEL

Sabe quando você começa a ver cenas que parecem suas, guardadas na sua memória, imagens que você reconhece, mas fica pensando como elas entraram na sua cabeça... é um momento de confusão mental, de falha ao encontrar a origem do arquivo, aparentemente guardado na gaveta errada, na gaveta das memórias vividas em vez da outra que guarda memórias observadas.

Há dois dias estou confundindo memórias, que - pop up! - saltam pros meus olhos, de cenas contendo desertos, crianças, mexicanos, marroquinos, americanos, japoneses... de tiros de Winchester M270, de adolescente nua na sacada, de jet up, balas e whisque, fronteira de Tecate e San Diego. Essas memórias estão entrando na gaveta errada. Não são memórias minhas, são implantadas pelo Alejandro Gonzáles Iñarritu, esse cara que tá fazendo um cinema que eu chamaria de neo-mexi-nipônico. Ele deixa sair o viceral latino lá do méxico em histórias contadas em tempo oriental, daquele tipo que os grandes japoneses contavam sem narrar, que contavam com o sentir.

No comments: