Tuesday, August 14, 2007

a história de como o fractal passou a fazer parte da minha vida

O fractal começou a surgir no pensamento quando fumei maconha pela primeira vez. Foi na Praia do Ferrugem, com meus amigos Pavão, Pavãozinho e Bier. Na época todos nós ainda éramos nadadores e eu era definitivamente abstêmico. Álcool nem no Ano Novo. E absolutamente nada mais. Era uma escolha pragmática pelo meu desempenho físico. Mas naquele verão resolvi fumar e acabei encontrando o princípio da lógica fractal que passou a orientar alguns dos meus pensamentos.
Sentado na beira do rio da barrinha eu fumei. Eu tava me sentido muito deslocado e ao mesmo tempo invisível numa roda de gente que incluía o atual DJ Chernobil e vários outros experimentados. Enfim, saí dalí e caminhei por umas 5 quadras que pareceram 5 horas me admirando com a intensidade das sensações que surgia. Especialmente lembro de sentir minhas glândulas salivares jorrando por um sanduiche. Cheguei em casa e me sentei ao acaso observando um tronco de árvore seca. Fiquei uma hora olhando pra casca da árvore e percebi que a casca tinha uma característica estranha e bem interessante que era a seguinte: ao observar ela a um metro de distância e observar ela BEM de perto, ela tinha estruturas muito parecidas. Achei incrível. Daí acabou o efeito e não achei mais tão admirável, mas fiquei pensando sobre o assunto até um dia em que li sobre a teoria do fractal.
Anos depois assisti ao filme Pi do Darren Aronofsky e comecei a pirar em alguns conceitos como: 1- a matémática é a língua da natureza. 2- é possível extrair um padrão matemático de todas as coisas. 3- é possível identificar padrões em praticamente tudo, basta ter distanciamento e proximidade suficientes para observar o todo e o detalhe, assim como se pode observar a casca de árvore a um metro ou bem de perto. 4- a observação atenta pode resultar na leitura do futuro. 5- o avanço nessa disciplina pode levar a esquizofrenia.
Bem, foi assim.

Friday, August 10, 2007

fractal de humano

O ser humano é um ser muito igual.
É uma mesma essência por motivos biológicos.
Uma organização de orgãos e sistemas muito semelhantes.
Um ser que teima em dizer e achar que é diferente.
E tende a achar que é melhor ou pior, mas não igual.
Dificilmente nos consideramos iguais.
E geralmente esquecemos de procurar nossos chavões.

Por isso há tempos acho que está sobrando gente. Sobrando textos e opiniões. Por isso trabalho pra que minha opinião não seja encontrada. Pra que meus pensamentos não saiam da minha cabeça. Faço o possível pra guardar eles da impressão de qualquer pessoa. Pra não ser mais um e não enfrentar a própria consciência de que somos ordinários. Seres que se comportam em um mesmo padrão, com seus vícios.

Somos fractais da humanidade observadores e atores do nosso microcosmo, enquanto nossa influência comunitária nos faz atores no macrocosmo.

O microcosmo é o horizonte de percepção que cada um tem da sua própria vida. Enquanto o macrocosmo é a observação que fazemos da vida dos que estão intocáveis. E o extracosmo é aquilo que foge da nossa vista.

Cada vez que abro meu browser percebo que meu microcosmo aumenta. Mas aumenta da mesma forma que todo o universo cresce. Meu micro se funde ao de outros e ao mesmo tempo reocupa memórias que passam a ser codificadas pra não ocuparem espaço útil para o crescimento. Que são acessíveis sempre que consideramos que elas são necessárias para alcançarmos o planejado.

Sempre estamos nessa de voar para longe e guardar a memória do ponto de partida.

No tempo em que eu nasci
falei para o leiteiro
que a a terra era das vacas
ele sorriu pra mim
surgiu um amigo
e conversamos
tudo certo, ele disse que não faz mal às vacas
que só tira o que elas produzem
mas dói
não
somos humanos, assim que é.

Isso certamente é comum, meu amigo disse.
Respondi que nunca vi.
Mas na matriz é igual.
Por que?
Porque já aconteceu, já existiu algo assim.
Eu queria ter vivido antes do Beatles.
Aí você não veria o mundo assim.
Mas seria o meu mundo e nao o deles.
Tu não teria a influência deles.
Eu poderia escrever o submarino azul.
Patético. E por que seria melhor azul do que amarelo.
Porque seria meu.
Eu acharia pior.

Quando escrevo alguma coisa tenho a nítida impressão de que é desnecessária. De que já teve alguém que escreveu isso ou algo muito parecido. Tenho a impressão de que precisamos parar de querer aparecer. Que ler e pensar tem que ser valorizado mais do que falar. O adorável mundo novo tá com desproporção de alfas dominantes.

Por isso tudo, escolha ter um cachorro (por exemplo) em vez de um filho. Desacelerar o crescimento é o paradoxo da sobrevivência. É a necessidade que temos de encontrar a humildade como espécie. Slow down. Vote "500".

Agora deixo de lado o fluxo de consciência pra lembrar que, mesmo na publicidade, a responsabilidade pelo coletivo é necessária e possível.

Thursday, July 05, 2007

História 4 - essa é real



Na Africa do Sul. quando se vai com alguma grana, vale muito fazer safaris nos parques nacionais. São reservas enormes onde animais nativos convivem como a natureza manda. Esse vídeo é num desses parques. Incrível é a quantidade de views que ele já teve no youtube: mais de 6 milhões.

Wednesday, July 04, 2007

registro ortográfico do dia

Pensar é pra dentro.
Falar é pra fora.
As vezes penso que falei.
Mas só pensei.
As vezes sinto que faltou falar.
E já falei.
Tem um monte de fintas cerebrais que a gente inventa em algum momento -talvez da nossa infância- que servem pra gente ser aceito, pra conseguir o que quer, pra ganhar carinho, pra se safar e pra vários outros fins animais. Esses padrões sequenciais de pensamento que são dissimulações e que chamo de finta se tornam, com o tempo, a matriz do pensamento.
Teve uma época que eu gostava muito de fazer mapas cerebrais. Que são registros gráficos dos pensamentos de um determinado momento. São legais porque são ativadores de memória incríveis. Se hoje olho algo que eu rabisquei há anos, lembro de praticamente tudo que passava na minha cabeça naquele momento. É beeem divertido. Geralmente a diversão era diretamente relacionada a alguma substância de alteracão de consciência. O que me leva praquela velha questão de como é possível a gente obter desenvolvimento cerebral através da experimentacão e auto-avaliação pseudo-científica. Hoje esse cérebro azeitado que escreve se diverte em deixar suas fintas como armadilhas pro narcisismo. Muitas delas são ortográficas, procurem. Me lembra a ponte de M, do artigo do Contardo Caligaris, que caiu na minha mão pra ler e acabou me guiando por um caminho divertidamente enriquecedor: uma vasta busca na memória da minha alfabetizacão. tenho vários mapas cerebrais desse percurso. Seguuuundo annnnno! Escada de cimento em L, erva de funcho, capuchinhos, ser jockey, driblar no futebol, caixa de areia, goleiro. Que legal. Ah, se alguém chegou a ler até aqui, agradeço o interesse. :)

Wednesday, June 27, 2007

new tag

me
my
Mow
row
memo
airómem
ando
ia
mór
ó

Memória da quinta série

Quando morei em Brasília eu tinha 10 anos e a mania de fazer xixi sempre no mesmo box de mictório do banheiro. Durante todo o ano letivo de 1985, no Colégio Marista, eu dava um jeito de mijar no terceiro box da esquerda pra direita do banheiro de baixo. Houve situacões em que todos estavam livres e tinha apenas um moleque usando o terceiro... raios! eu esperava, fazia cera, até liberar.

Lembrei disso depois de assistir Mais Estranho que a Ficção.

Friday, June 22, 2007

Muita coisa

Antes sexta-feira era o dia que eu esperava o fim de semana chegar.
Agora fico querendo uma sétima-feira antes do sábado e domingo.